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Norte e Nordeste puxam desemprego recorde no 1º trimestre
ECONOMIA
Publicado em 27/05/2021

O desemprego aumentou em 8 das 27 unidades da Federação no 1º trimestre, na comparação com o trimestre encerrado em dezembro, puxado pelos estados das regiões Norte e Nordeste. Os dados são da pesquisa divulgada nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou recordes de taxa de desocupação e pessoas sem trabalho no país.

Desemprego sobe para 14,7% no 1º trimestre e atinge recorde de 14,8 milhões de brasileiros

De acordo com o IBGE, 12 estados registraram recorde histórico da taxa de desemprego: Rondônia, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Goiás.

As maiores taxas de desocupação foram em Pernambuco e Bahia (ambos com 21,3%), seguidos por Sergipe (20,9%) e Alagoas (20%). Já as menores foram as de Santa Catarina (6,2%), Rio Grande do Sul (9,2%), Paraná (9,3%) e Mato Grosso (9,9%), as únicas abaixo de 10%.

"No Norte, a taxa passou de 12,4%, no último trimestre de 2020, para 14,8%, no 1º trimestre de 2021. No Nordeste, de 17,2% para 18,6%. "Em ambas as regiões, é a maior taxa já registrada desde 2012. Nas demais, o cenário é de estabilidade em relação ao quarto trimestre do ano passado", informou o IBGE.

“Norte e Nordeste tiveram aumento significativo da procura por trabalho no primeiro trimestre de 2021, elevando a taxa de desocupação nessas duas regiões. Nas outras regiões, o cenário foi de estabilidade na desocupação e na ocupação na comparação trimestral”, explicou a analista da pesquisa, Adriana Beringuy.

No Sudeste, apesar de permanecer estável, a taxa de desocupação foi maior do que a do Norte: 15,2%.

Norte e Nordeste também possuem a maior informalidade

A taxa de informalidade foi estimada em 53,3% no Nordeste e 55,6% no Norte, as únicas regiões que ficaram acima da média nacional (39,6%).

Dos 34 milhões de trabalhadores informais do país, 10,2 milhões estão no Nordeste e 3,4 milhões, no Norte. Entre as unidades da federação, a maior taxa de informalidade foi estimada no Maranhão: 61,6%.

"Historicamente, o Nordeste e o Norte têm grandes quantitativos de trabalhadores informais. São regiões onde há menos presença de atividades econômicas com contratação de emprego por meio da carteira de trabalho, por exemplo, e boa parte dos trabalhadores são ocupados no comércio, em serviços mais informais”, destacou a pesquisadora Beringuy.

Entre as pessoas ocupadas do país no 1º trimestre, 75,3% dos empregados do setor privado tinham carteira de trabalho assinada. Mas tanto o Norte (60,3%) quanto o Nordeste (59,0%) apresentaram percentuais menores do que a média nacional.

 

Veja outros destaques regionais da pesquisa:

O nível de ocupação foi maior no Sul (54,3%) e no Centro-Oeste (54,2%). E menor, no Nordeste (40,9%);

As maiores taxas de informalidade ficaram com Maranhão (61,6%), Amazonas (59,6%) e Pará (59,0%) e as menores, com Santa Catarina (27,7%), Distrito Federal (29,3%) e São Paulo (29,5%);

Bahia reuniu o maior número de desalentados (785 mil pessoas, 13,2% do contingente nacional que desistiu de procurar trabalho);

Maranhão (20,8%) e Alagoas (17,9%) tiveram os maiores percentuais de desalentados na força de trabalho; Santa Catarina (1,1%), Mato Grosso (1,7%) e Paraná (1,9%), os menores;

Santa Catarina (88,4%) e Rio Grande do Sul (84,7%) são os estados com os maiores percentuais de empregados com carteira de trabalho; os menores foram observados no Maranhão (48%) e no Piauí (54,5%);

Os maiores percentuais de trabalhadores por conta própria estão no Amapá (37,2%) e no Amazonas (35,4%), e os menores, no Distrito Federal (20,2%) e São Paulo (24%);

Os maiores rendimentos médios estão no Distrito Federal (R$ 4.345), Rio de Janeiro (R$ 3.264) e São Paulo (R$ 3.202); os menores, no Maranhão (R$ 1.484), Piauí (R$ 1.569) e Bahia (R$ 1.597).

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