A parlamentar britânica Margaret Ferrier foi presa no Reino Unido após admitir que embarcou sabidamente infectada com o novo coronavírus em um trem que seguia de Londres para Glasgow, na Escócia, informaram veículos de imprensa nesta segunda-feira (4).
A viagem ocorreu em setembro, no mesmo dia em que a parlamentar recebeu o teste positivo. Segundo o jornal "The Guardian", a polícia de Londres não prendeu Ferrier porque, à época, ainda não havia penalizações para quem descumprisse a quarentena estando infectado.
Entretanto, as autoridades inglesas levaram o caso à Escócia, cuja polícia abriu uma investigação criminal contra a parlamentar. A prisão, segundo os jornais britânicos, ocorreu nesta segunda-feira.
Ferrier confessou que viajou infectada dias depois da viagem, o que causou um escândalo político no Reino Unido e, especialmente, na Escócia. A primeira-ministra escocesa, Nicola Sturgeon, pediu que a parlamentar renunciasse ao cargo. Ela se recusou a sair do Parlamento, mas acabou suspensa pelo Partido Nacional Escocês (SNP, na sigla em inglês).
Em 1º de outubro, Ferrier pediu perdão nas redes sociais e disse que ela mesma avisou a polícia sobre a viagem.
"Eu me responsabilizo completamente e peço a todos que não cometam o mesmo erro que eu cometi e que façam tudo o que puderem para ajudar a limitar a disseminação da Covid-19", disse.
O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, anunciou nesta segunda medidas rígidas de confinamento que valem para a Inglaterra. No mesmo dia, a premiê escocesa anunciou que a Escócia teria regras de lockdown.
A decisão foi tomada após uma forte alta nos casos e mortes por Covid-19 no país. Dados do governo apontam que o Reino Unido atingiu outro recorde diário de 58.784 novos casos de coronavírus, tornando este o sétimo dia consecutivo em que ocorreram mais de 50 mil novos casos de Covid em território britânico.
Outros integrantes do Reino Unido, a Irlanda do Norte fechou escolas, e o País de Gales discute que medidas de restrição irá tomar para conter a disseminação da Covid-19.
Enquanto isso, as primeiras doses da vacina da Universidade de Oxford e da AstraZeneca foram administradas no Reino Unido. Pouco mais de meio milhão de doses estão disponíveis a partir desta segunda, no que Matt Hancock, o secretário de saúde, descreveu como um "momento crucial" na luta do Reino Unido contra o coronavírus.