A comissária da Saúde da União Europeia, Stella Kyriakides, fez um apelo nesta quinta-feira (24) para que os países do bloco reforcem imediatamente as medidas de controle e proteção para frear um novo aumento no número de infecções pelo novo coronavírus.
"Todos os Estados membros devem reforçar as medidas imediatamente e diante do primeiro sinal de potenciais novos focos", afirmou a comissária.
Em várias regiões do bloco "a situação agora é pior que no pico da pandemia, em março, e isto é realmente preocupante", ressaltou.
Para Kyriakides, essa "talvez seja a última chance de evitar a repetição da situação da primavera passada [no hemisfério norte]”.
Na sua análise, a flexibilização das medidas de controle no verão levou a "um aumento no número de casos".
"Não podemos baixar a guarda. Esta crise não foi superada", insistiu.
Kyriakides ainda lembrou que o inverno, que começará em breve na Europa, é o período do ano em que se tem mais doenças respiratórias.
Por isso, ela pediu aos governos que incentivem as pessoas a tomar vacinas contra a gripe sazonal e adotem medidas de distanciamento social.
Diante desse cenário, Kyriakides disse que é "absolutamente necessário enviar uma mensagem clara e forte" a todos os países do bloco.
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Novas restrições em vigor
Alguns países já impuseram novas restrições por causa do aumento nos índices de contágio após as férias de verão, que acontecem em julho e agosto no continente europeu.
Na quarta-feira (23), o governo francês anunciou novas medidas para tentar conter a transmissão do novo coronavírus. O país foi divido em várias zonas de alerta, com diferentes níveis de restrições para a população. Em Paris, grupos de mais de 10 pessoas serão proibidos nas ruas e os bares fecharão suas portas mais cedo.
Desde segunda-feira (21), mais de 850 mil moradores de Madri, na Espanha, e de sua região metropolitana não poderão deixar seus bairros a não ser por motivos essenciais como trabalhar, ir ao médico ou levar filhos à escola por causa da pandemia.
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América Latina
Na quarta-feira (23), a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) alertou que a transmissão do novo coronavírus segue muito elevada mesmo em países onde se observa atualmente uma tendência de redução nos casos, como o Brasil e o México. Por isso, o ressurgimento de novos surtos não está descartado.
“Os países da Europa, de novo, estão nos ensinando bem que é possível. Temos que estar preparados [mesmo] nos locais onde a transmissão já está controlada”, afirmou Jarbas Barbosa, subdiretor da Opas.