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Irã anuncia prisão de envolvidos em queda de avião e diz que culpados 'devem ser punidos'
GIRO PELO MUNDO
Publicado em 14/01/2020

O Irã anunciou, nesta terça-feira (14), que "alguns indivíduos" envolvidos na queda do avião ucraniano, que matou 176 pessoas no dia 8 de janeiro, foram presos. A justiça do país não informou quantas pessoas foram presas nem os nomes delas.

"A responsabilidade recai sobre mais do que apenas uma pessoa", declarou o presidente iraniano, Hassan Rouhani. Ele disse ainda que os culpados "devem ser punidos. As forças armadas iranianas admitirem seu erro são um bom primeiro passo. Devemos garantir às pessoas que isso não acontecerá novamente", acrescentou.

Apesar de ter apontado erros e negligência, Rouhani também repetiu a declaração de que a tragédia com o avião tinha origem em agressões americanas.

“Foram os EUA que criaram um ambiente agitado. Foram os EUA que criaram uma situação incomum. Foram os EUA que ameaçaram e levaram nosso amado (Soleimani)", disse Rouhani

Qassem Soleimani, o principal general iraniano, morreu na manhã de 3 de janeiro (2 de janeiro no Brasil), depois de um ataque aéreo americano em Bagdá, no Iraque. Em retaliação, o Irã atingiu, com mísseis, bases que abrigavam tropas americanas no Iraque.

Poucas horas depois, em um outro lançamento feito pelo Irã, um míssil atingiu o avião ucraniano, em um gesto executado "sem intenção", segundo as autoridades iranianas. A admissão de culpa pelo Irã veio depois de diversas negativas anteriores.

Entre 82 e 147 passageiros a bordo do avião, que saiu de Teerã para Kiev, na Ucrânia, tinham nacionalidade iraniana; a divergência nos números se deve ao fato de o Irã não reconhecer a dupla cidadania

Desde a admissão de culpa pelas autoridades iranianas, o país tem vivido protestos. Vídeos circulando na internet mostram, supostamente, o momento em que forças de segurança atingem manifestantes com balas e gas lacrimogêneo.

Protestos pedem a saída de líder supremo do Irã

Filmagens de domingo (12) mostram, segundo a France Presse, pessoas feridas sendo carregadas, e encarregados de segurança foram vistos com rifles. Outras publicações mostram o batalhão de choque atacando manifestantes com cassetetes, enquanto as pessoas por perto gritavam para que não fizessem aquilo.

Entre os vídeos que circulam nas redes sociais há alguns que mostram manifestantes gritando “morte ao ditador”, em uma referência ao aiatolá Ali Khamenei. O presidente dos EUA, Donald Trump, escreveu, no Twitter, uma mensagem dizendo ao Irã para não matar manifestantes.

Nesta terça (14), a justiça anunciou que 30 pessoas haviam sido detidas nas manifestações, mas que algumas já foram liberadas. O embaixador britânico em Teerã, Rob Macaire, também ficou detido por um breve período no sábado.

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