Pela primeira vez os Jogos Pan-Americanos serão realizados no Peru, e o Brasil desembarcou no país andino com o objetivo de conquistar o maior número de vagas que estarão em disputa para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Da Cerimônia de Abertura, nesta sexta-feira, até 11 de agosto, a capital Lima vai receber cerca de 6.850 atletas, de 41 países, que vão competir em 39 esportes, divididos por 62 modalidades. Destas, 22 são classificatórias ou contam pontos para o ranking rumo às disputas no Japão no ano que vem.
- Cerca de 20 esportes têm, dentro dos Jogos Pan-Americanos, a possibilidade de conquistar a vaga ou de fazer pontos no ranking internacional para os Jogos de Tóquio. Paralelamente ao Pan-Americano, vários pré-olímpicos vão acontecer pelo mundo. Então, vamos distribuir as equipes e parte delas vai disputar esses pré-olímpicos. Não estamos indo com 100% da força máxima do Brasil, mas a expectativa é que a gente tenha uma excelente representação dentro da competição – explicou Jorge Bichara, diretor de Esporte do Comitê Olímpico do Brasil (COB).
Ao priorizar as vagas olímpicas, o Brasil deixa em segundo plano a meta das últimas três edições de Jogos Pan-Americanos, que era a de terminar entre os três primeiros colocados no quadro total de medalhas. Desde os Jogos Rio 2007, quando passou a figurar no top 3 após 40 anos, o país não saiu mais do seleto trio.
Na última edição dos Jogos, em Toronto 2015, os atletas brasileiros conquistaram o terceiro lugar e chegaram à frente de Cuba, quarta colocada, tanto pelo total de medalhas (141 a 97) quanto pelo total de ouros (42 a 36), fato que não ocorria havia 48 anos, desde Winnipeg 1967. Ao término da disputa, o Brasil conquistou 42 de ouro, 39 de prata e 60 de bronze.
Em Lima 2019, um total de 485 atletas farão parte da delegação brasileira. Um número inferior aos 590 competidores levados a Toronto 2015 e aos 515 de Guadalajara 2011. Neste ano, em Lima, o Brasil terá duas, e não uma porta-bandeira na Cerimônia de Abertura. As campeãs olímpicas da vela Martine Grael e Kahena Kunze terão a honra de estarem à frente do Time Brasil nesta sexta.
Apesar da delegação menor, o Brasil levará um time forte de atletas para o Pan-Americano de Lima. Os campeões olímpicos Arthur Zanetti, da ginástica artística, Martine e Kahena, da vela, Rafaela Silva, do Judô, e o saltador Thiago Braz, além dos campeões pan-americanos, os nadadores Bruno Fratus e Etiene Medeiros, o mesa-tenista Hugo Calderano e o canoísta Isaquias Queiroz estão no grupo brasileiro.
O Peru será a sede do maior evento multiesportivo das Américas e durante 17 dias os cerca de 6.850 atletas vão competir em 39 esportes e 62 modalidades esportivas. Destas, 14 vão dar vagas diretas para os Jogos de Tóquio (handebol, hipismo adestramento, hipismo CCE, hipismo saltos, hóquei sobre grama, nado artístico, pentatlo moderno, polo aquático, saltos ornamentais, surfe, tênis, tiro com arco, tiro esportivo e vela), sete pontuam para o ranking de Tóquio 2020 (atletismo, badminton, basquete 3 contra 3, caratê, levantamento de peso, taekwondo e tênis de mesa) e uma conta como índice para a competição japonesa, a natação.
- As maiores expectativas do Brasil são nas equipes de handebol, no hipismo, que tem também a sua classificação de duas das modalidades, e a equipe de polo aquático. O polo aquático também define vaga dentro dos Jogos Pan-Americanos e é onde o Brasil, na nossa avaliação, tem as melhores condições de buscar essa vaga – disse o diretor de Esportes do COB.
Os Jogos de R$ 4,4 bilhões
No total, Lima gastou R$ 4,4 bilhões (US$ 1,2 bilhão) para organizar esta edição dos Jogos. Com instalações de qualidade e sem luxos, a cidade conseguiu se manter dentro do cronograma financeiro, apesar dos atrasos constantes nas obras das instalações esportivas.
Na capital peruana, as competições foram reunidas em cinco regiões e distribuídas por 19 sedes. A principal delas é a Villa Deportiva Nacional (VIDENA), que abrigará atletismo, badminton, basquete, basquete 3 contra 3, boliche, ciclismo de pista, handebol, hipismo adestramento, hipismo CCE, hipismo saltos, judô, natação, nado artístico, patinação artística, saltos ornamentais, squash e tênis de mesa.
Além das tradicionais modalidades, Lima terá em seu Programa de Esportes oito que não fazem parte dos Jogos Olímpicos: boliche, esqui aquático, fisiculturismo, patinação artística, patinação de velocidade, pelota basca, raquetebol e squash.
Vila Deportiva Videna o maior centro de competições dos Jogos Pan-Americanos — Foto: Divulgação
A cidade onde "não chove"
Lima tem por característica a diversidade de clima e vegetação. O fato de a capital peruana ser conhecida como a “cidade onde não chove” é um exemplo desses contrastes.
Por estar situada entre um deserto na costa do Oceano Pacífico e a Cordilheira dos Andes, as nuvens carregadas se precipitam antes de ultrapassar a barreira de montanhas e, com isso, raramente chove em Lima, apesar de o céu estar sempre nublado. Mas, além do clima atípico, um dos maiores problemas dos atletas na capital peruana será o transporte. As sedes das competições são separadas por longas distâncias que podem variar entre uma a quatro horas de deslocamento.
Um obstáculo a menos em Lima é o fato de estar localizada praticamente no nível do mar, e, com isso, a altitude da cidade não prejudicará o desempenho dos atletas. Ao contrário do que ocorreria em Cusco, conhecida mundialmente por abrigar o sítio arqueológico da cidade inca de Machu Picchu, situada a 3.400m acima do nível do mar.
CALENDÁRIO
Cerimônia de abertura: 26 de julho
Cerimônia de encerramento: 11 de agosto
Atletismo: 4 a 11 de agosto (maratona – dia 27 de julho)
Badminton: 29 de julho a 2 de agosto
Basquete: 31 de julho a 10 de agosto
Basquete 3x3: 27 a 29 de julho
Beisebol: 29 de julho a 4 de agosto
Boliche: 25 a 30 de julho
Boxe: 27 de julho a 2 de agosto
Canoagem slalom: 2 a 4 de agosto
Canoagem de velocidade: 27 a 30 de julho
Ciclismo BMX: 8 a 11 de agosto
Ciclismo de estrada: 7 a 10 de agosto
Ciclismo de pista: 1 a 4 de agosto
Ciclismo MTB: 28 de julho
Esgrima: 5 a 10 de agosto
Esqui aquático: 27 a 30 de julho
Fisiculturismo: 10 de agosto
Futebol: 28 de julho a 10 de agosto
Ginástica artística: 27 a 31 de julho
Ginástica rítmica: 2 a 5 de agosto
Ginástica de trampolim: 4 e 5 de agosto
Golfe: 8 a 11 de agosto
Handebol: 24 de julho a 4 de agosto
Hipismo adestramento: 28 a 31 de julho
Hipismo CCE: 2 a 4 de agosto
Hipismo saltos: 6 a 9 de agosto
Hóquei sobre grama: 29 de julho a 10 de agosto
Judô: 8 a 11 de agosto
Karatê: 9 a 11 de agosto
Levantamento de pesos: 27 a 30 de julho
Maratona aquática: 4 de agosto
Nado artístico: 29 a 31 de julho
Natação: 6 a 10 de agosto
Patinação artística: 26 e 27 de julho
Patinação de velocidade: 8 e 9 de agosto
Pelota basca: 4 a 10 de agosto
Pentatlo moderno: 26 a 30 de julho
Polo aquático: 4 a 10 de agosto
Raquetebol: 2 a 10 de agosto
Remo: 6 a 10 de agosto
Rugby de 7: 26 a 28 de julho
Saltos ornamentais: 1 a 5 de agosto
Softbol: 25 de julho a 10 de agosto
Squash: 25 a 31 de julho
Surfe: 29 de julho a 4 de agosto
Taekwondo: 27 a 29 de julho
Tênis de mesa: 4 a 10 de agosto
Triatlo: 27 a 29 de julho
Vela: 3 a 11 de agosto
Vôlei: 31 de julho a 11 de agosto
Vôlei de praia: 24 a 30 de julho
Wrestling: 7 a 10 de agosto