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Casos de feminicídio aumentam 76% no 1º trimestre de 2019 em SP; número de mulheres vítimas de homicídio cai
29/04/2019 08:49 em Notícias

Os casos de feminicídio aumentaram 76% no 1º trimestre de 2019 em São Paulo se comparados ao mesmo período do ano anterior, de acordo com levantamento feito pelo G1 e pela Globonews. Nos primeiros três meses do ano, 37 mulheres foram vítimas de feminicídio. Em 2018, foram 21.

Ao mesmo tempo, o número de homicídios de mulheres caiu no estado: de 119 para 97, queda de 18%. Enquanto que no primeiro semestre de 2018, as vítimas de feminicídios representavam 17,5% do total de casos, neste ano, o percentual subiu para 38%.

Oito em cada dez casos de feminicídio deste ano ocorreram dentro de casa e 26 dos 37 casos tinham autoria conhecida. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, "todos os casos registrados no período tiveram a autoria identificada e 19 criminosos já foram presos".

Para a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno, a queda de homicídios de mulheres e o aumento dos feminicídios mostram que a violência doméstica e o feminicídio de autoria conhecida estão crescendo, não só os registros.

"Como os feminicídios íntimos já estavam sendo registrados de forma adequada, veja que é quase tudo de autoria conhecida, podemos afirmar que está crescendo a violência doméstica e, consequentemente, o feminicídio íntimo", disse.

Para Samira, a polícia já sabe classificar o feminicídio íntimo.

"O desafio são aqueles outros casos, porque a legislação também supõe que o feminicídio não é fruto necessariamente da violência doméstica. Também pode ser, mas não exclusivamente. Ciudad Juárez, por exemplo, onde o termo foi cunhado, os crimes se deram em outra perspectiva. As mulheres eram estupradas, torturadas e mortas, mas não tinham nenhuma relação amorosa com o autor da violência", explica Samira.

 

Ao mesmo tempo que os feminicídios cresceram no estado, a maior parte dos crimes violentos caiu no 1º trimestre deste ano se comparados com o mesmo período de 2018:

Homicídios foram de 766 para 712: -7%

Latrocínios foram de 66 para 38: -42%

Estupros foram de 3.218 para 3.044: -5%

Roubos foram de 67.755 para 62.373: - 7,9%

A Secretaria da Segurança Pública informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que as polícias Civil e Militar atuam para combater os feminicídios e demais ocorrências de violência no estado.

"O atendimento 24 horas nas DDMs foi ampliado, a fim de oferecer mais opções de acolhimento às vítimas. Nove novas unidades inauguraram o atendimento ininterrupto desde o início do ano. Hoje são 10 DDMs 24 horas no estado e, até o fim da atual gestão, outras 30 também funcionarão neste modelo. São Paulo conta com 133 DDMs, sendo nove na Capital, 16 na Grande São Paulo e 108 no Interior.

No período também foi criado o aplicativo SOS Mulher, que prioriza o atendimento às pessoas com medidas protetivas, deslocando as equipes policiais mais próximas ao local da ocorrência. Para garantir o acolhimento adequado às vítimas desse tipo de crime, todos os policiais do estado, sejam eles civis ou militares, são treinados para atender essas ocorrências.

O treinamento de policiais é realizado durante os cursos de formação das corporações e todas delegacias do estado contam com o Protocolo Único de Atendimento, que estabelece um padrão para o atendimento", diz a nota.

Quando mostrou que casos de feminicídio dobraram no bimestre, a diretora das Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs), Jamila Ferrari, também considerou que houve aumento real de feminicídios, não só de registros.

Para Ferrari, o feminicídio não é subnotificado, mas os crimes anteriores ao assassinato, sim. Por isso, diz a diretora, a importância de as mulheres registrarem as agressões nas DDMs.

"Dificilmente, essa mulher é morta da primeira vez. Não foi a primeira coisa que aconteceu contra ela, a morte. Essa mulher vem de um ciclo de violência, em um primeiro momento foi xingada, depois tomou um empurrão, um safanão. Temos que incentivar a mulher ir à delegacia de polícia assim que for xingada e apanhar. A partir do momento que a mulher deixa de ir à delegacia, de procurar ajuda, o homem passa a ser mais violento", afirma a diretora das delegacias da mulher.

 

 

Fonte: G1

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