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'Homem-Formiga e a Vespa' cresce com ficção científica família e poderes criativos
Cinema
Publicado em 04/07/2018

Aos poucos, a Marvel vai acertando o tom nos cinemas de seus personagens mais secundários. É o caso de “Homem-Formiga e a Vespa”, que estreia nesta quinta-feira (5) no Brasil como a produção mais família da editora, ao mesmo tempo em que se afasta do gênero de super-heróis para se assumir de vez como uma aventura de ficção científica. Assista ao trailer no vídeo acima.

Ironicamente, a continuação melhora ao abandonar os últimos resquícios do estilo deixado por Edgar Wright (“Em ritmo de fuga”), o ótimo diretor que começou a gravar o primeiro filme em 2015 e que foi demitido por causa das famosas “diferenças criativas”.

Com isso, supera o bom resultado do anterior, prejudicado pela irregularidade causada pela mistura da assinatura única do cineasta com a linguagem típica e mais “genérica” da Marvel nos cinemas, que não permite tantos toques autorais às suas obras.

 

 

Viagem insólita

Após uma história de origem em que enfrentava um vilão com poderes idênticos aos seus – a fórmula padrão da Marvel –, Scott (Paul Rudd), o segundo Homem-Formiga, ajuda seu mentor (Michael Douglas) a resgatar sua esposa (Michelle Pfeiffer) do microverso, uma realidade subatômica na qual ela está presa há décadas.

Para isso, ele também conta com a ajuda de Hope (Evangeline Lilly), que acabou de herdar o uniforme e a identidade de super-heroína da mãe como Vespa. Para que o público não esqueça de vez de que se trata de um filme de super-heróis, ele ainda precisa enfrentar uma misteriosa e obcecada nova inimiga (Hannah John-Kamen) com o poder de atravessar paredes.

A história, mais redonda, dá a cada um dos protagonistas algo verdadeiro a fazer. Interpretado por Douglas, Hank ganha bastante espaço e uma aventura própria (que de certa forma lembra o clássico de Sessão da Tarde “Viagem insólita”, de 1987).

Já a vilã, muito diferente do Fantasma dos quadrinhos, segue o exemplo de antagonistas mais recentes da Marvel ao se tornar mais complexa e ganhar motivações que vão além de dinheiro ou poder.

 

 

Quem ama o pequeno gigante lhe parece

Mas é a dupla que dá o título ao filme quem brilha de verdade, assim como seus poderes. Se Rudd e Lilly fazem o público esquecer grande parte dos absurdos da trama com seu carisma gigantesco, a inventividade com que os crescimentos e encolhimentos são usados praticamente rouba a cena.

As mudanças de tamanho acontecem de forma tão natural e divertida que não há tempo para questionar como tais poderes poderiam ser bobos nas mãos erradas, e como, de certa forma, eles quebram regras estabelecidas no primeiro “Homem-Formiga” (o capacete não era obrigatório para não alterar a química do cérebro com o encolhimento?).

“Homem-Formiga e a Vespa” pode até não ficar marcado como o capítulo mais memorável da editora nos cinemas, mas certamente renderá aquela paradinha obrigatória em frente à TV quando estiver passando – quer dizer, se alguém ainda fizer isso hoje em dia.

 

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