A mulher que foi atingida pelo filho com golpes de estilete em Salvador recebeu alta médica neste sábado (27), depois de ter sido internada no Hospital Geral do Estado (HGE). A vítima, que preferiu não se identificar, disse que o adolescente repetia durante as agressões que iria mata-la e a mãe havia “acabado com a vida dele”.
“Ele chegou da escola por volta das 12h30, quando eu tinha acabado de almoçar. Fui até a cozinha e pedi para ele comprar aguar mineral. Ele subiu com a chave. Quando entrei na cozinha para esquenta o almoço, ele estava com o estilete na mão, disse “desculpas mãe” e me apunhalou pelas costas”, disse a mulher.
Os dois entraram em luta corporal e o adolescente desferiu mais golpes com o estilete. A vítima contou que foi atingida com três golpes no pescoço e várias vezes em outras partes do corpo.
“Passei por uma cirurgia de quatro horas e estou com 130 pontos. Porque eles não tiveram como contar. Fui atingida no pescoço três vezes. Várias no braço, na cabeça, nas costas, perto do coração e na boca”.
A mulher tentou sair do apartamento e o jovem puxou ela para dentro do imóvel. A vizinhança percebeu a briga e acionou a Polícia Militar. Ela disse que conseguiu tomar o estilete da mão do garoto e saiu em busca de socorro.
“Eu estou viva porque ele pegou o estilete. Se ele pegasse uma faca, com o primeiro golpe eu morreria. O estilete estava enferrujado, não estava afiado e ele usou tanta força que não consigo explicar. Fiquei ensanguentada da cabeça aos pés. Quando nossa cadela mordeu ele, consegui tomar o estilete da mão dele e fugi”.
Ela foi socorrida por vizinhos e levada ao hospital, onde foi internada. O garoto, detido em seguida e levado para a Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), onde permaneceu durante o sábado.
Histórico de agressão
Mulher levou mais de 130 pontos após ser atingida pelo filho com golpes de estilete em Salvador — Foto: Arquivo pessoal
A mulher disse que o garoto não tem diagnóstico de esquizofrenia ou outro transtorno mental. Ela acrescentou que ele desde a infância o jovem não gosta de ser repreendido e em outros casos de agressão não houve ferimento.
A vítima contou que em 2019, quando o adolescente tinha 11 anos, foi cobrado para ficar menos tempo no telefone e computador e estudar. O garoto levantou e apertou o pescoço dela.
“Na primeira vez que eu fiz isso, ele veio atrás de mim e me enforcou. Disse que queria que eu morresse, por que eu estava acabando com a vida dele”.
Em abril deste ano, outro caso de violência. Durante uma discussão, segundo a mãe, o jovem estava sentado à mesa e tentou agredi-la com um soco no rosto, mas foi contido pelo noivo dela, que estava no imóvel.
A Polícia Militar informou que isolou o local e levou o adolescente, juntamente com o pai, para a Delegacia do Adolescente Infrator. O caso é investigado pela Polícia Civil.
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